A Praça de Armas de Cusco, também chamada de Plaza Mayor, é o coração histórico, cultural e social da cidade. Este espaço emblemático testemunhou importantes transformações ao longo dos séculos, desde sua origem como um pântano cerimonial na era dos incas até se tornar o principal ponto de encontro da cidade moderna. Sua história reflete as mudanças políticas, sociais e culturais que moldaram Cusco e o Peru.
Mais do que um ponto turístico, a Praça de Armas é o coração da antiga capital inca, repleta de histórias, lendas e transformações que marcaram diferentes épocas. Neste artigo, você vai descobrir sua importância, desde os tempos do Império Inca até os dias atuais. Venha explorar a magia desse lugar icônico!
A história fascinante desta praça icônica
Há milhares de anos, antes da chegada dos primeiros habitantes, a Plaza de Armas de Cusco era um lago chamado Morkill. Vestígios marinhos encontrados na área comprovam sua existência, e essas evidências estão preservadas no Museu Inca Garcilaso de la Vega. Com o tempo, o lago foi se deslocando para a região de San Jerónimo – Angostura, onde o vale ainda mantém características úmidas até hoje.
Durante o período inca, a praça era conhecida como “Huacaypata”, que significa “lugar onde se chora”. O nome reflete os momentos tristes que marcaram sua história, como as mortes ocorridas na rebelião de Tupac Amaru. Desde então, a Plaza de Armas se tornou o coração pulsante da cidade, sendo palco de cerimônias importantes e decisões cruciais para o império.
Atualmente, a Plaza de Armas não é apenas um marco histórico de Cusco, mas também um local vibrante onde a cultura e as tradições da cidade continuam vivas, atraindo moradores e visitantes para celebrar seu legado.
Origem do nome e controvérsias
O nome atual, “Plaza de Armas”, vem do período colonial, quando a praça era utilizada para exercícios militares e desfiles. Contudo, seu nome original, “Huacaypata”, continua sendo motivo de debate entre historiadores e estudiosos da cultura inca, com várias interpretações:
- María Rostworowski: sugere o nome “Aucaypata” (lugar do guerreiro), relacionado a confrontos como o dos incas contra os espanhóis.
- Angles Vargas: propõe “Huacaypata” (lugar do pranto), devido aos acontecimentos que levaram à morte de muitos heróis, onde os familiares, especialmente as mulheres, expressavam sua tristeza.
- George Squier: defende “Huacapata” (lugar sagrado), pois o espaço simbolizava eventos importantes, principalmente cerimônias realizadas pelos incas em honra ao deus Sol.
Época pré-inca e Inca
Antes da chegada dos incas, a área onde hoje está a Plaza de Armas de Cusco já era um importante assentamento. Com a expansão do Império Inca, esse espaço transformou-se no epicentro da vida religiosa, política e social da cidade.
Cerimônias como o Inti Raymi e o encontro dos suyos eram realizadas ali. Durante esses eventos, os representantes dos quatro suyos reuniam-se para celebrar e trocar produtos. Uma tradição marcante era a degustação do Llaqway Uchu, hoje conhecido como Chiri Uchu (“comida fria”), um prato típico dessas ocasiões.
Outro evento significativo na era inca era a procissão de múmias. Acreditava-se que essas múmias pertenciam a um dos três mundos sagrados, o Uku Pacha, conhecido como o mundo dos mortos. Nessas cerimônias, conduzidas pelo sumo sacerdote e ordenadas diretamente pelo inca, as múmias desempenhavam um papel importante, reforçando as conexões espirituais e culturais desse povo.
A conquista e o período colonial
Os incas foram um povo impressionante, reconhecido por sua espiritualidade profunda e construções extraordinárias. Entre seus deuses mais importantes estavam Wiracocha, o criador de tudo, e Inti, o deus Sol, figuras centrais em suas crenças. O Qoricancha, em Cusco, destacava-se como o templo principal dedicado a Inti. Coberto de ouro, representava a conexão dos incas com o divino e com a natureza, evidenciando sua intensa devoção religiosa.
Quando os colonizadores espanhóis chegaram a Cusco no século XVI, a Praça de Armas passou por grandes mudanças. Na busca por riquezas, os espanhóis destruíram huacas, locais sagrados, para extrair ouro e prata. Além disso, usaram suas fundações para construir edifícios coloniais. Mesmo assim, suas tradições e histórias continuam vivas, refletindo a força de um povo que sobreviveu a grandes adversidades. Foi assim que nasceram:
- A Catedral de Cusco, uma das igrejas mais importantes do Peru, construída sobre o antigo palácio de Wiracocha.
- A Igreja da Companhia de Jesus, que chama a atenção pela sua arquitetura barroca e sua rica decoração interna.
- O Convento de Santo Domingo ainda preserva, em suas bases, as construções originais dos incas.
Além das igrejas, a praça ganhou um formato mais europeu, com uma fonte central e jardins. Essa transformação criou a mistura única de elementos incaicos e coloniais, que ainda hoje atrai visitantes fascinados por sua história.
A Plaza de Armas de Cusco na atualidade
Hoje, a Plaza de Armas é um lugar vibrante e cheio de vida, rodeado de restaurantes, lojas e alguns dos monumentos mais importantes da cidade, como a Catedral de Cusco e a Igreja da Companhia de Jesus.
Atualmente, a praça continua sendo uma das principais atrações que um turista deve visitar em qualquer época do ano. Além disso, a Plaza de Armas é palco de diversos eventos culturais e festividades ao longo do ano, como o Inti Raymi (Festa do Sol) e Corpus Christi, uma celebração religiosa tradicional com procissões que percorrem a praça, que atraem multidões de espectadores e participantes. Esses eventos são uma excelente oportunidade para vivenciar a rica cultura e tradições de Cusco.
Momentos históricos marcantes na Praça de Armas
A Praça de Armas foi palco de eventos históricos que marcaram o destino do Peru. Um dos mais conhecidos foi a execução de Túpac Amaru II, líder de uma revolta indígena contra os colonizadores. Sua morte em 1781, bem no centro da praça, deixou uma marca profunda na história de Cusco.
Outro momento importante foi a proclamação da independência de Cusco em 1821, reafirmando o papel da praça como um espaço de resistência e transformação. Ao longo dos séculos, ela se manteve como um lugar onde o passado e o presente se encontram.
Arquitetura e monumentos ao redor da praça
Ao passear pela Praça de Armas, você será cercado por edifícios e monumentos que contam a história de Cusco. Alguns destaques são:
- A fonte central com a estátua de Pachacútec: Homenagem ao grande líder inca, que representa a força e a resistência da cultura andina.
- As varandas coloniais: As construções ao redor da praça possuem varandas de madeira esculpidas, típicas da arquitetura colonial.
- Edifícios históricos: Muitos dos edifícios ao redor ainda preservam traços das fundações incas, misturando tradição e modernidade.
Esses elementos tornam a Praça de Armas um local único, onde cada detalhe carrega séculos de história.
O que fazer na Praça de Armas de Cusco
Se você está planejando visitar Cusco, a Praça de Armas é um destino imperdível. Aqui estão algumas atividades para aproveitar ao máximo sua visita:
- Visite as igrejas históricas: A Catedral de Cusco e a Igreja da Companhia de Jesus oferecem visitas guiadas para quem deseja aprender mais sobre sua história e arquitetura.
- Experimente a gastronomia local: Os restaurantes ao redor da praça servem pratos típicos, como o ceviche e o lomo saltado, perfeitos para quem quer mergulhar nos sabores do Peru.
- Compre artesanato andino: As lojas ao redor da praça vendem peças autênticas que você pode levar como lembrança de sua viagem.
- Participe de festivais: Se estiver em Cusco durante o Inti Raymi ou o Corpus Christi, não perca a oportunidade de vivenciar essas celebrações culturais.
Por que visitar a Praça de Armas de Cusco?
Visitar a Praça de Armas de Cusco é como voltar no tempo e caminhar pela história do Peru. É um lugar que reúne arquitetura impressionante, lendas fascinantes e uma atmosfera única. Seja para explorar suas igrejas, aprender sobre sua história ou simplesmente relaxar enquanto admira a vista, a praça é um destino que conquista todos os visitantes.
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