Sem dúvida, Cusco é a cidade mais cultural e influente de todo o Peru, pois, no passado, foi o centro do antigo Império Inca. Hoje, ela ainda se destaca como um centro cultural, algo que podemos notar em suas atrações, museus e ruas, que guardam suas próprias histórias. É exatamente sobre isso que falaremos neste conteúdo.
Este conteúdo se dedica à história de algumas ruas antigas de Cusco. Então, vamos conhecer histórias curiosas, estranhas e fascinantes sobre essas ruas encantadoras, entendendo como elas enriquecem e fortalecem nosso conhecimento. Prepare-se para mergulhar nessa aventura!
A importância histórica de Cusco
Antes de falarmos sobre as ruas de Cusco, vale entender por que a cidade é considerada tão relevante. De acordo com registros históricos e a tradição oral, Cusco já foi a capital do Império Inca, também chamado de “Tawantinsuyu”. O próprio nome “Cusco” vem do quíchua e significa “umbigo do mundo”, pois os incas acreditavam que a cidade era o centro da Terra.
Quando os espanhóis chegaram, no século XVI, ficaram impressionados com a arquitetura inca e começaram a erguer construções coloniais, como igrejas e palácios, sobre as antigas fundações de pedra. Dessa forma, o que vemos hoje é um fascinante mosaico de influências incas e coloniais, marcadas nas ruas estreitas, nos becos cheios de pedras milenares e nos casarões com varandas de madeira.
Importância do trabalho de Ángel Carreño
As ruas de Cusco refletem a rica história da cidade, unindo períodos colonial e inca. No livro “Origen de los nombres del Cuzco Colonial”, o historiador Ángel Carreño explica por que cada nome de rua tem um propósito e significado. “Ele revela referências religiosas, como nomes ligados à Virgem Maria e a santos, além de raízes no quechua e no aimará. Essa obra é essencial para moradores, pesquisadores e visitantes.
Carreño classifica os nomes em categorias variadas, como devocionais (“Alabado”), hagiográficas (“San Cristóbal”), profissionais (“Plateros”) e até místicas (“Siete Culebras”). Alguns exaltam a fauna e flora locais, enquanto outros lembram pessoas ou eventos históricos (“Calle Almagro”). Há nomes cautelosos (“Purgatorio”) e brincalhões (“Abracitos”).
Dessa forma, Cusco celebra diversidade cultural e espiritual por meio de cada rua batizada. A edição revisada de 2021 reforça seu valor.
Descubra a história de algumas ruas de Cusco
Rua Heladeros:
Em português, “Heladeros” poderia ser traduzido como “Sorveteiros”. O nome dessa rua surgiu por causa de uma mulher cusquenha chamada Inés de Rivera e seu marido, Daniel Estarvitan, que abriram duas sorveterias no local. Na época, os moradores se referiam a esses locais como “chiri negocios” ou “negocios del frío”, expressões que significam “negócios frios” e se relacionam diretamente à venda de sorvetes.
Com o tempo, a rua acabou recebendo o nome curioso de “Heladeros” (vendedores de sorvete), o que é, de certa forma, bem divertido, não é? Hoje, não existem mais sorveterias por ali, mas, caso você queira tomar um sorvete na “Rua dos Vendedores de Sorvete”, é possível encontrá-lo em alguns cafés próximos.
Rua Plateros:
Em 1769, o conselho da cidade registrou essa via como “Calle de la Platería” (Rua dos Prateiros). O historiador Horacio Villanueva destaca que não há evidências de oficinas de prateiros na região. Porém, Ángel Carreño sustenta que o nome surgiu porque o local se tornou um centro de atividade para mestres prateiros.
Alguns desses profissionais notáveis foram Quintín de Alonso, Cosme de la Vega, Diego de Peralta e Javier de Urribarry y Vascones. Até o fim do período colonial, a rua permaneceu conhecida como “Calle de las Platerías”. Mais tarde, passou a ser chamada de “Rua Plateros”.
Próxima à praça principal de Cusco, a Rua Plateros é um ponto vibrante do centro da cidade. Embora ainda seja possível encontrar algumas lojas de artigos de prata, há também diversos restaurantes, bares e pubs, além de outras opções para desfrutar a vida noturna em Cusco.
Rua Saphy:
Uma característica fundamental do design inca é o equilíbrio entre a natureza e a espiritualidade. Esse equilíbrio fica evidente na Rua Saphy, uma das mais famosas de Cusco, batizada em referência ao Rio Saphy, cujas águas fluíam graciosamente do leste e do norte.
Para os incas, esse rio representava pureza e renovação para a cidade e seu povo. Vale destacar que, em quíchua, “Saphi” significa “raiz” ou “origem”, mostrando que essa rua funcionava como um portal de Cusco e uma fonte vital de vida, apoiando tanto a agricultura quanto as práticas espirituais incas.
Em 1548, os espanhóis transformaram o Rio Saphy em uma rua, cobrindo-o com arcos de pedra e mudando sua forma original. Ainda assim, ele conserva um forte significado simbólico. Antes disso, o rio marcava a fronteira entre Hanan e Hurin Cusco (as partes alta e baixa da cidade) e se unia a outros cursos d’água para formar o Rio Watanay, irrigando as terras ao redor.
O Rio Saphy sempre foi fundamental para a crença de dualidade dos incas, simbolizando vida, saúde e renovação espiritual. Hoje, mesmo com sua forma física alterada, sua importância cultural permanece. Ao caminhar por essa rua, você verá paredes incas, casas coloniais e calçamento de blocos de pedra. Quando visitar Cusco, não deixe de conhecê-la!
Rua Procuradores:
Esta rua abrigava os “Procuradores de la Real Audiencia del Cusco” durante os tempos coloniais. A “Ruindad de Compadre” a conecta à Praça da Catedral de Cusco. Hoje em dia, a Rua Procuradores está repleta de turistas, agências de viagens, restaurantes e lojas voltadas para eles. À noite, ela se transforma em um conhecido polo de vida noturna em Cusco.
“Procu”, como algumas pessoas a chamam, já foi sinônimo de atividades ilegais na cidade, com indivíduos disfarçados oferecendo drogas, assaltantes e muita gente embriagada. Após a pandemia, as autoridades passaram a dar mais atenção a esses problemas, por isso é comum ver guardas de segurança e até policiais circulando por essa rua à noite. Se você deseja se divertir e aproveitar a vida noturna em Cusco, “Procu” pode ser a sua melhor opção.
Rua Purgatorio:
Esta rua tem uma forte influência religiosa e uma história fascinante. Em 1640, Clotilde, uma jovem bondosa, ficou órfã e se tornou alvo de Doña Servanda Gómez, que conspirou para que seu filho, Joaquín, se casasse com ela e herdasse sua fortuna. Após o casamento, Clotilde descobriu que possuía apenas a casa de família na Rua Huaynapata, sofrendo maus-tratos constantes.
Quando Doña Servanda morreu, Joaquín perdeu o emprego e intensificou seus abusos. Desesperado por dinheiro, ele passou a vagar pelas ruas como uma aparição fantasmagórica, carregando uma panela flamejante e uma caixa de doações. Suas aparições aterrorizavam os moradores, rendendo à viela o nome de “Rua do Purgatório”.
O terremoto de 1650 agravou ainda mais a situação de Joaquín: ele perdeu a casa, a saúde e a esposa, Clotilde, tornando-se uma figura abandonada. Para os moradores, seu sofrimento era a prova de que ele vivia seu próprio purgatório na Terra.
Rua Marques:
Esta é uma rua vibrante em Cusco que se conecta diretamente à praça principal. A Rua Marques tornou-se um local favorito tanto para moradores quanto para visitantes, com uma história fascinante que remonta aos tempos incas. Nos dias do Tahuantinsuyo, ela era a entrada principal para Huacaypata, nome original da atual Plaza de Armas de Cusco.
A região abriga belas casas, como a do Marqués de San Lorenzo de Valle Umbroso, hoje reconhecida como Monumento Nacional. Embora ele tenha desempenhado um papel importante na área, também é lembrado por sua liderança severa, o que adiciona complexidade à rica história de Cusco.
Atualmente, essa mansão histórica abriga a Universidade de Arte que homenageia o famoso pintor cusquenho Diego Quispe Tito. A Rua Marques também conta com lojas, restaurantes e cafés, onde você pode encontrar o melhor do artesanato de Cusco e do Peru.
Rua Tullumayo:
Esta antiga e popular rua recebeu o nome do Rio Tullumayo (“Rio dos Ossos” em quíchua), que fluía pelo centro histórico de Cusco. Junto com o Rio Saphy, ele moldou o vale onde os incas construíram palácios reais. Nascendo em Sacsayhuamán, o Tullumayo passava por Sapantiana, pela Rua Choquechaka e pela Avenida Tullumayo. Os incas ergueram muros de pedra para guiar suas águas, muitos ainda de pé hoje, e o rio servia de fronteira entre os bairros San Blas e San Cristóbal, conectados por várias pontes.
No início do século XX, a modernização enterrou e redirecionou o rio, que hoje se junta ao Rio Saphy de forma subterrânea sob a Avenida El Sol. A Ordem Mercedária mais tarde adquiriu terras na região, evidenciando como influências culturais e espirituais moldaram Cusco. A história do Tullumayo permanece viva, lembrando-nos da rica herança da cidade.
Rua Hatun Rumiyoc
A Rua Hatun Rumiyoc, situada próxima à Plaza de Armas em Cusco, destaca-se pela Pedra dos 12 Ângulos, um bloco esculpido com encaixes surpreendentes. Seu nome, em quéchua, significa “pedra grande”. A precisão inca é visível na ausência de argamassa entre os blocos, demonstrando sua habilidade construtiva. Hoje, turistas admirados fotografam a pedra, enquanto guias contam lendas sobre a suposta energia misteriosa que ela emanava.
Além do encanto arquitetônico, a rua abriga o antigo Palácio do Arcebispo, atual Museu de Arte Religiosa, construído sobre bases incas. Suas fachadas coloniais exemplificam o encontro de duas culturas, tornando Hatun Rumiyoc imperdível. Lojas de artesanato, cafés e restaurantes ao redor oferecem uma experiência imersiva aos visitantes. Assim, cada pedra ali resgata a grandiosidade do Império Inca e a herança histórica viva de Cusco.
Dicas essenciais para explorar as ruas de Cusco
Para aproveitar ao máximo as ruas de Cusco, é importante se planejar. Confira algumas dicas:
- Aclimatação: Cusco está situada a mais de 3.300 metros de altitude, então muitas pessoas sentem os efeitos da altitude (soroche). Vale tomar bastante água, evitar esforço físico nos primeiros dias e experimentar chá de coca para minimizar desconfortos.
- Melhor horário para passear pelas ruas de Cusco: Normalmente, as manhãs e fins de tarde são ideais para explorar as ruas com calma, tirar fotos e observar detalhes arquitetônicos. À noite, a iluminação deixa o clima ainda mais mágico, mas fique atento à segurança.
- Roteiro a Pé: O centro histórico de Cusco é relativamente compacto, então caminhar é a melhor maneira de sentir a energia do local. Aproveite para conhecer não só as ruas principais, mas também as transversais, que guardam muitos achados culturais e gastronômicos.
- Curiosidades Gastronômicas: Experimente os pratos típicos, como o ceviche, a chicha morada (bebida feita de milho roxo) e o famoso chá de coca, que ajuda na aclimatação. Você também pode encontrar opções mais familiares, como cafés com pão quentinho e feiras de artesanato com lanchonetes locais.
- Fotografia: Leve uma câmera ou smartphone com boa resolução para registrar detalhes das paredes incas, balcões coloniais e todo o colorido das feiras. As ruas de Cusco oferecem cenários incríveis para fotos, especialmente aquelas com calçamento de pedra.
Conexões com outros pontos de interesse
As ruas de Cusco são apenas o começo. A cidade serve como ponto de partida para outros destinos incríveis, como:
- Machu Picchu: Principal atração do Peru, reconhecida como patrimônio mundial pela UNESCO e uma das sete maravilhas do mundo moderno, este ícone histórico e cultural encanta visitantes com suas impressionantes paisagens e rica herança dos povos andinos.
- Vale Sagrado dos Incas: Inclui cidades como Pisac, Ollantaytambo e Urubamba, repletas de ruínas e paisagens montanhosas.
- Qorikancha (Templo do Sol): Dentro da própria cidade de Cusco, destaca-se um templo com base na arquitetura inca, que hoje se mescla com a arquitetura colonial, como a Igreja de Santo Domingo, evidenciando o sincretismo religioso.
Esses locais ajudam a entender melhor a grandiosidade da civilização inca e a influência espanhola na região.
Conclusão
Como você pode ver, as ruas da cidade de Cusco estão repletas de histórias, lendas, mistérios e fascínio. Na sua próxima viagem a Cusco, a antiga capital do Império inca , convidamos você a explorar essas ruas e a passear por seus caminhos de blocos de pedra.
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