Você já pensou em conhecer um lugar autêntico e quase intocado pelo turismo de massa na região de Cusco? Então vale muito a pena considerar a visita a Waqrapukara. Muita gente se pergunta o que é Waqrapukara, de onde surgiu esse nome e o que esse lugar tem de especial. Pois bem, Waqrapukara é um sítio arqueológico localizado na província de Acomayo, cerca de 4.300 metros acima do nível do mar, e encanta os viajantes que gostam de aventura, história e contato direto com a natureza.
Neste artigo, vou compartilhar tudo que você precisa saber para visitar Waqrapukara, desde dicas de como chegar, melhor época para ir, até curiosidades sobre essa antiga fortaleza inca que está escondida na região de Cusco. Vamos lá?
O que é Waqrapukara e por que visitá-la?
Waqrapukara tem um nome curioso: dizem que, em quíchua, “Waqra” significa “chifre” e “Pukara” traduz como fortaleza (ou fortificação). Alguns textos mencionam que o termo foi traduzido automaticamente para algo como “fortaleza com chifres” ou “fortaleza em forma de chifre”. De fato, as formações rochosas do local lembram pontas que remetem a chifres, o que explica a origem desse nome tão peculiar.
Muitos estudiosos concordam que Waqrapukara pode ter sido um importante centro político e religioso do império inca, embora haja debates sobre se foi primeiramente construído por culturas pré-incas e depois dominado pelos incas. Independente da origem exata, o fato é que o sítio arqueológico tem terraços agrícolas, escadas talhadas na rocha e recintos cerimoniais que comprovam a grandiosidade desse povo.
Além disso, é um destino perfeito para quem busca experiências ao ar livre e ama trilhas cercadas por paisagens montanhosas impressionantes.
Localização e como chegar
Waqrapukara está localizada na província de Acomayo, a cerca de 130 km do centro de Cusco. Para chegar a Waqrapukara, existem quatro rotas principais, todas saindo de Cusco em direção a Sicuani, com um desvio na ponte de Chuquicahuana. A primeira opção é pela rota de Acos, onde se segue até os povoados de Ch’acco, Llapaypampa e Campi-P’alta Cancha, chegando à Comunidade de Huayqui. De lá, começa uma caminhada íngreme de 30 minutos e mais 15 minutos em um trecho plano até Waqrapukara.
Outra alternativa é a rota de Acomayo, que permite duas possibilidades: seguir pelo Ramal Huáscar até o povoado de K’enter ou passar pela Comunidade de Pitumarca e pelo povoado de Paclla antes de chegar ao destino. Já pela rota de Pomacanchi, pode-se passar por Churacca e Santa Lucía, sendo esta a trilha mais frequentada, com uma caminhada de 45 minutos até o sítio arqueológico de Waqrapukara .
A última opção é pela rota de Sangarará, onde se segue por uma estrada de terra até Llank’ipata, ponto de início de uma trilha de duas horas de descida até Wacrapukara. A escolha da melhor rota depende do nível de dificuldade desejado. A trilha via Santa Lucía é a mais recomendada para visitantes, enquanto as outras opções exigem um preparo físico maior devido às subidas e distâncias mais longas.
Altitude e preparo físico
Lembre-se de que Waqrapukara está situado a mais de 4.000 metros acima do nível do mar. Isso significa que a quantidade de oxigênio é menor, e o esforço físico tende a ser maior. Para evitar o mal de altitude (conhecido como “soroche”), é essencial que você se aclimate em Cusco por, pelo menos, dois ou três dias antes de encarar a trilha. Beba bastante água, descanse adequadamente e, se possível, consuma chá de folha de coca, que é um costume local para amenizar os efeitos da altitude.
Além do cuidado com a aclimatação, não se esqueça de fazer pausas durante a trilha e de ouvir o seu corpo. Caso sinta dor de cabeça ou tontura, pare, descanse e, se for preciso, desista da caminhada para não colocar sua saúde em risco.
Melhor época para visitar Waqrapukara
Se você está se perguntando qual é a melhor época para visitar esse lugar incrível, saiba que, em Cusco, o clima se divide basicamente em duas estações: a seca (entre abril e outubro) e a chuvosa (de novembro a março). A estação seca tende a ser mais recomendada para fazer trilhas, pois as chances de chuva são menores e o caminho fica mais seguro.
No entanto, mesmo durante a estação seca, faz bastante frio à noite e no início da manhã, principalmente em altitudes tão elevadas. Portanto, leve agasalhos adequados. Já na época de chuvas, o cenário pode ficar um pouco mais verde, mas há o risco de trilhas escorregadias e neblina que pode atrapalhar a vista panorâmica. Avalie bem as condições e sempre cheque a previsão do tempo.
Experiência ao ar livre e pontos de interesse
A região ao redor de Waqrapukara é belíssima, com cânions profundos, terraços agrícolas e vistas panorâmicas de tirar o fôlego. Durante a trilha, você vai perceber que há vários pontos de interesse naturais, como formações rochosas e mirantes de onde é possível admirar o vale.
Uma das cenas mais impressionantes é quando, de repente, você se depara com as estruturas incas incrustadas na rocha, exibindo toda a engenhosidade desse povo. É um ótimo momento para tirar fotos e se conectar com a história do império inca. Aproveite para observar detalhes como nichos, portas e escadarias, além dos antigos caminhos que ligavam diferentes setores da fortaleza.
A importância histórica de Waqrapukara
Falar de Waqrapukara é mergulhar em um capítulo pouco explorado da arqueologia andina. Geralmente, quando pensamos em Cusco, a primeira imagem que vem à mente é Machu Picchu. Porém, existem diversos sítios arqueológicos que também contam a história do império inca e de povos antecessores.
Estudos apontam que Waqrapukara teria sido um ponto estratégico na região, tanto para fins religiosos quanto militares. Algumas hipóteses indicam que poderia ter servido como local de resistência contra a expansão inca ou, posteriormente, como posto de observação. Seja qual for seu passado exato, a fortaleza inca conserva uma aura mística e nos faz imaginar como era o cotidiano das pessoas que viveram ali há séculos.
Contratando um guia turístico
Se você não quer se preocupar com transporte, logística ou navegação, a melhor opção é contratar um guia turístico em Cusco. Muitas agências oferecem pacotes de um dia para Waqrapukara, incluindo o traslado de Cusco centro até o ponto de início da trilha, além de um lanche ou café da manhã simples.
Os guias conhecem bem a história local e costumam fazer paradas estratégicas para explicações sobre a arquitetura e as tradições andinas. Ter um guia também é excelente para quem curte saber detalhes sobre a flora, a fauna e as peculiaridades culturais de cada região.
Como aproveitar melhor o dia em Cusco e Waqrapukara
Se você tem um tempo mais curto e quer fazer um bate-volta em Waqrapukara, programe-se para sair bem cedo de Cusco, de preferência antes do sol nascer. Assim, você terá tempo de sobra para fazer a trilha sem pressa, curtir a paisagem, tirar fotos e voltar ainda com alguma claridade do dia.
Caso prefira algo mais tranquilo, há quem opte por pernoitar em comunidades próximas ou até acampar nas redondezas do sítio arqueológico. Nesses casos, você consegue contemplar o entardecer e o amanhecer na fortaleza, o que proporciona uma experiência ainda mais mágica. Só lembre-se de verificar com as autoridades locais ou com o seu guia se há permissão para acampar e se a estrutura do local comporta isso de forma segura.
O que levar na aventura
Uma das coisas mais importantes em qualquer trilha nos Andes é preparar a mochila com itens básicos de sobrevivência e conforto. Aqui vai uma lista simples para o seu dia em Cusco rumo a Waqrapukara:
- Leve água
- Lanches leves
- Protetor solar
- Chapéu ou boné
- Óculos de sol
- Roupas em camadas
- Capa de chuva
- Jaqueta corta-vento
- Calçado adequado
- Bastões de caminhada (opcional)
Se você for com agências de viagem, muitas vezes elas incluem um pequeno lanche ou até café da manhã, mas convém confirmar os detalhes antes.
Dicas de responsabilidade ambiental e cultural
Visitar Waqrapukara é se reconectar com a natureza e com uma herança histórica muito rica. Por isso, é importante adotar práticas de turismo responsável:
- Não deixe lixo pelo caminho. Leve uma sacola para armazenar seus resíduos até encontrar um local apropriado para descartá-los.
- Respeite as estruturas antigas. Evite subir em muros ou tocar em pontos frágeis do sítio arqueológico.
- Apoie a comunidade local. Se possível, contrate guias da região e compre produtos típicos. Isso estimula a economia local e gera benefícios para os moradores.
- Evite barulhos excessivos, pois a tranquilidade faz parte da experiência de imersão nesse lugar sagrado.
Vale a pena visitar Waqrapukara?
Muita gente pergunta se Waqrapukara vale realmente o esforço, já que a trilha pode ser cansativa e o local é menos famoso que outros destinos na região de Cusco. Minha resposta é: sim, vale muito a pena. Se você gosta de aventura, paisagens de tirar o fôlego e quer conhecer um lugar com enorme valor histórico, este passeio não vai te decepcionar.
Além disso, a oportunidade de contemplar ruínas incas sem grandes multidões é um privilégio raro nos dias de hoje. Enquanto Machu Picchu recebe milhares de visitantes diariamente, Waqrapukara ainda se mantém como um segredo bem guardado, permitindo uma conexão mais autêntica com o ambiente andino.
Portanto, se você quer fugir do roteiro mais tradicional e conhecer uma verdadeira fortaleza inca fora do circuito convencional, Waqrapukara é o destino ideal. Convidamos você a explorar essa maravilha com a Viagens Machu Picchu! Oferecemos pacotes para Machu Picchu e outros destinos incríveis no Peru.
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