As melhores celebrações do Peru no primeiro semestre

O Peru é um país encantador localizado na América do Sul, cheio de histórias que remontam ao século XVI e até mesmo antes, em tempos pré-colombianos. Sua rica cultura peruana combina influências indígenas, espanholas e africanas, resultando em festividades únicas, coloridas e cheias de simbolismo. Se você está planejando conhecer o Peru nos primeiros seis meses do ano, vai se deparar com uma série de eventos tradicionais que é realizada e é celebrada em diferentes cidades, cada qual com sua própria identidade. 

Neste artigo, vou te apresentar as melhores festas peruanas do primeiro semestre, falando sobre datas, significados, gastronomia e muito mais. Prepare-se para descobrir como as ruas da cidade podem se transformar em verdadeiros palcos de fé, folclore e alegria.

1. Festa da Virgem da Candelária: uma celebração de fé e folclore

Para iniciar a jornada festiva, nada melhor do que visitar a cidade de Puno, às margens do majestoso Lago Titicaca, onde acontece a festa da virgem da candelária. Todos os anos, no mês de fevereiro, milhares de pessoas chegam a Puno para homenagear a padroeira do local. Essa festividade é um verdadeiro espetáculo de danças típicas peruanas, trajes coloridos e música, refletindo a essência da fé católica mesclada a rituais andinos ancestrais.

A Festa da Virgem da Candelária é realizada com procissões pelas ruas da cidade, especialmente próximas à Plaza de Armas de Puno. O ponto alto costuma ser quando a imagem da Virgem sai em desfile sobre os ombros dos fiéis, acompanhada por bandas e grupos de dançarinos que exibem coreografias tradicionais, como a Diablada e a Morenada. A devoção popular é notável, e a mistura de símbolos católicos e indígenas revela muito sobre as raízes do Peru.

Além disso, essa celebração movimenta a economia local, pois turistas do mundo todo marcam presença para vivenciar a energia e a espiritualidade do evento. E, claro, você ainda pode experimentar pratos típicas peruanas como a truta do Lago Titicaca, que é uma iguaria deliciosa e bastante consumida nesta época. Se estiver buscando uma experiência autêntica no sul do país, vale muito a pena visitar Puno durante a festa da virgem da candelária.

Virgem da Candelária.

2. Carnaval Peruano: alegria em várias regiões

Em diversas partes do Peru, o Carnaval é celebrado em fevereiro ou março, dependendo do calendário religioso e das tradições locais. Uma das cidades mais conhecidas por suas festividades de Carnaval é Cajamarca, que se autodenomina a “capital do Carnaval peruano”. Em Cajamarca, o Carnaval é realizado com desfiles de carros alegóricos, concursos de fantasias, música e dança nas ruas da cidade. É impossível não se deixar contagiar pelo clima festivo.

Outra região onde o Carnaval também brilha com força é Ayacucho. Lá, as festas contam com a participação de comparsas, que são grupos de moradores que saem tocando instrumentos típicos, dançando e cantando pelas ruas históricas. Os foliões costumam jogar água, confetes e tinta uns nos outros, transformando o centro em um verdadeiro arco-íris de cores e brincadeiras. Se você curte festas populares e quer conhecer a variedade cultural do país, o Carnaval é uma ótima pedida para mergulhar na cultura peruana.

Cajamarca, “capital do Carnaval peruano”.

3. Semana Santa e o Señor de los Temblores: fé e tradição andina

A semana santa é uma das celebrações religiosas mais importantes do Peru, marcada por procissões, missas e rituais que acontecem entre a Quinta-Feira Santa e o domingo de páscoa. Na cidade de Cusco, a antiga capital do Império Inca, existe uma tradição especial: a veneração do señor de los temblores, também conhecido como “Senhor dos Terremotos”. Essa imagem do Cristo crucificado é considerada protetora da cidade desde o século XVI, quando um terremoto abalou a região e, de acordo com a tradição, a imagem teria “intercedido” para diminuir a intensidade do tremor.

Todos os anos, na segunda-feira da Semana Santa, acontece a procissão do señor de los temblores pela Plaza de Armas. A imagem sai da Catedral de Cusco e percorre as ruas da cidade, recebendo pétalas de flores de cor vermelha, símbolo do sangue de Cristo. É um momento emocionante, em que fiéis e turistas se unem em orações e cantos, criando um clima de profunda fé e comunhão. O Peru, com seu sincretismo religioso, exibe nesse evento a fusão entre crenças católicas e ritos andinos, pois muitas orações são feitas em quéchua, antiga língua dos Incas.

Para quem pretende acompanhar a semana santa em Cusco, vale lembrar que a cidade fica bastante cheia nesse período. Planeje-se com antecedência para garantir hospedagem e, de quebra, aproveite para visitar outras maravilhas do Peru, como Machu Picchu, que fica a apenas algumas horas de trem ou ônibus de Cusco.

Senhor dos Terremotos
Senhor dos Terremotos.

4. Corpus Christi em Cusco: simbolismo e procissões

Outro momento marcante no calendário religioso é o Corpus Christi é amplamente celebrado em Cusco, geralmente entre maio e junho (dependendo do calendário católico). Essa data, que exalta o Sacramento da Eucaristia, é uma das mais importantes expressões de fé na antiga capital do Império Inca. Durante esse período, imagens de diferentes santos e virgens das igrejas da região são levadas em procissão até a Plaza de Armas, onde se reúnem, formando um cenário espetacular.

Cada paróquia tem sua própria imagem, e os fiéis se vestem com trajes coloridos, levando velas, incenso e flores. O toque andino fica por conta das bandas que tocam melodias tradicionais enquanto as esculturas sagradas atravessam as ruas da cidade. O ponto alto é a missa campal, que é realizada na Catedral de Cusco, seguida de uma procissão ao redor da praça. Para completar, há muita comida típica nos arredores, como o famoso chiriuchu, um prato frio que mistura milho, carne de porco, frango, algas e ovos, mostrando como as tradições gastronômicas também são parte fundamental da celebração.

Visitar o Corpus Christi é não só contemplar a religiosidade do povo local, mas também mergulhar na história da cidade de Cusco, que encanta com suas construções coloniais sobre fundações incas. É uma ótima forma de entender como o catolicismo, trazido pelos espanhóis no século XVI, encontrou espaço para se entrelaçar com ritos ancestrais andinos, dando origem a algo único em toda a América do Sul.

Corpus Christi em Cusco.

5. Qoyllur Riti: a peregrinação nos Andes

O Qoyllur Riti é um festival menos conhecido internacionalmente, mas de enorme importância para as comunidades andinas. Geralmente acontece entre maio e junho, em datas que variam de acordo com a lua cheia que antecede o solstício de inverno no hemisfério sul. Essa celebração é realizada em uma região montanhosa perto do nevado Ausangate, a cerca de 4.600 metros de altitude, nos arredores de Cusco.

A peregrinação começa quando fiéis e turistas se dirigem a pé até o santuário de Sinakara, caminhando por várias horas em meio às montanhas. O festival é uma mistura de devoção católica (principalmente pela imagem do Senhor de Qoyllur Riti) e tradições andinas relacionadas à Pachamama (Mãe Terra). Todos os anos, as comunidades andinas levam oferendas, dançam e cantam, acreditando no poder curativo e na bênção do local. Também há grupos de pessoas que se vestem como pablitos, figuras que simbolizam espíritos dos nevados e guardiões do território.

Se você gosta de turismo de aventura e quer presenciar uma celebração autêntica da cultura peruana, o Qoyllur Riti é uma experiência transformadora. Porém, é importante ter em mente os desafios da altitude e se preparar fisicamente para a caminhada. No final, a recompensa é testemunhar uma festa sagrada, que combina fé cristã, rituais pré-hispânicos e a energia majestosa dos Andes.

Qoyllur Riti.

6. Inti Raymi: a grandiosa Festa do Sol em Cusco

Por fim, não poderíamos deixar de mencionar o dia 24 de junho, quando ocorre o Inti Raymi, a famosa festa do sol na cidade de Cusco. Esse evento, que celebra o solstício de inverno no hemisfério sul, tem origem inca e é celebrada hoje como um tributo à herança andina. Durante o Império Inca, o Inti Raymi marcava o início de um novo ciclo agrícola e religioso, homenageando Inti, o deus Sol.

A encenação moderna começa pela manhã, na Plaza de Armas de Cusco, com um ritual simbólico que evoca a tradição inca. Em seguida, a procissão segue até a fortaleza de Sacsayhuamán, nos arredores da cidade, onde ocorre a cerimônia principal. Ali, um ator representando o Sapa Inca (o imperador) faz oferendas à Pachamama e ao Sol, acompanhado por sacerdotes, donzelas e guerreiros, todos trajados com roupas típicas e adornos que lembram o esplendor da antiga civilização.

O Inti Raymi é um verdadeiro espetáculo a céu aberto, que costuma atrair turistas do mundo inteiro. É recomendado adquirir ingressos antecipadamente, pois todos os anos milhares de pessoas desejam testemunhar esse festival de cores, dança e música. Visitar Cusco nessa data é também uma excelente oportunidade para conhecer Machu Picchu, um dos destinos mais icônicos do país e patrimônio mundial. Afinal, o Inti Raymi mostra justamente a grandiosidade da sabedoria inca, que vive até os dias de hoje na alma do povo peruano.

A cerimônia principal de Inti Raymi en Sacsayhuaman.
Conclusão

Quando buscamos um destino que combine história, fé, gastronomia, música e dança em cenários de tirar o fôlego, o Peru é escolha certeira. Festas como a da virgem da candelária, o Carnaval, as procissões da semana santa até o domingo de páscoa, Qoyllur Riti, Corpus Christi é e o Inti Raymi (dia 24 junho) evidenciam a força da cultura peruana.

As caminhadas pelas ruas de cidades como Cusco unem o legado inca à fé católica desde o século XVI. Na Plaza de Armas, cada procissão mescla ritos antigos com devoção moderna, reforçando o valor histórico do Peru na América do Sul. Experimente também pratos típicos peruanos e visite Machu Picchu para vivenciar um destino verdadeiramente inesquecível. 

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